Um olhar na imensidão
O céu ficou escuro num piscar de olhos e vi apenas a seca e sombria escuridão de um deserto sem final e, não sei o porquê, mas não veio ninguém em mente que pudesse me socorrer. Não gritei, não falei, não dei nenhum se quer mísero passo. Chorei baixinho no lugar em que estava parada, agarrei com força meu urso/pirata de pelúcia como se fosse arrancar a cabecinha dele fora. Meu choro era amargo, quente, quase brasa, ardia quando as lágrimas chegavam a altura da bochecha e caia sobre o pescoço magro, era como ver cair água fervendo numa terra seca há meses.
No instante mais incrível que esses olhos hão de ver, vi duas bolhinhas surgirem naquele imenso céu negro e feroz, dava medo. As bolhinhas foram crescendo e se enchendo de ar até que elas se juntaram num imenso e gigantesco abraço e fizeram de si uma só, fiquei impressionada com a cena e dei um breve sorriso. Nesse instante, a bolha gigante branca e brilhante cheia de ar estourou diante dos meus olhos, não pude conter a inquietação e sorri de novo ao ver aquilo. Faíscas maravilhosas saíram de dentro da bolha que caíram sobre a floresta no meio daquela escuridão. Nesse momento levantei-me e recordei que era hora de voltar pra casa, dormi tranquila, minha cama estava mais macia do que de costume, aquele instante maravilhoso da natureza deu paz pro meu coraçãozinho pequeno, inchado de amor, apertado de angustia...
Até hoje me pergunto, como é que a gente faz, quando presencia a coisa mais maravilhosa do mundo acontecer diante dos seus olhos, no momento mais absurdo, devastador e triste da nossa historia de vida?
Bianca Araújo

Bibi!!!
ResponderExcluirNão tinha visto seu blog ainda!!!
Fiquei curioso no post do face, agora q vi, fiquei surpreso!!!
Parabéns!!!
Gostei muito do texto!!
Muito sucesso!!
Bjos