Zilhões de anos


Enfim descobri meu lugar. 

E não foi algo do tipo: Estudei minhas chances. Conversei com meus amigos. Rezei com minha família e me encontrei. 

Foi mais uma questão de acordar e pensar: Eu preciso fazer alguma coisa.

Mesmo depois de minha mente e meu coração trilharem uma guerra gorda e cheia de proteína dentro da minha pele, eu decidi que não era desse lugar.

Foi algo como, não descobrir um lugar, mas sim descobrir que não é deste lugar. Entende?

Eu sei. É complicado.

Então, aos poucos fui descobrindo coisas que me faziam feliz. Pequenas coisas que deixavam meu dia mais leve. Tipo assistir desenho na sala com meu irmão. Ou comer a comida da minha avó no domingo a tarde. Ou abrir a janela do meu quarto de madrugada e ouvir os vizinhos discutirem sobre quem será o próximo a lavar a louça. 

Não há limites para concordar com sua existência.

De certo, também houve momentos que eu quis sumir. Sim, foram muitos estes. Em anos de autoconhecimento e autoaprendizagem eu sabia pouco sobre mim.

Quem era essa menina doce e ao mesmo tempo malvada que irritava os professores e fazia os meninos da escola saírem correndo? Certa vez, no ensino fundamental, eu soquei um menino no nariz. O cara deve me odiar até hoje.

Meu Deus, eu sinto muito.

A grande verdade é que: Esse texto como eu não tem muito nexo. Você deve estar se perguntando porque começou a ler e eu, cara, estou me perguntando porque raios comecei a escrever.

A verdade é que a gente finge que é feliz pras pessoas. Pras pessoas não se preocuparem, pras pessoas não perguntarem, pra poupar o esforço do próximo de tentar fazer algo legal pra te animar.

E eu só queria congelar meu sorriso por zilhões de anos, só pra esquecer um pouco a minha dor incomum. Só pra esquecer um pouco como é ruim essa sensação pesada quando minha personalidade ataca e corre do meu próprio eu.



Bianca C. G Araujo

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